Foto: Arquivo Histórico de Blumenau
Foto: Arquivo Histórico de Blumenau
Foto: Arquivo Histórico de Blumenau
Johann Friedrich Theodor Müller nasceu em 31 de março de 1822 na vila prussiana de Windischholzhausen, hoje distrito de Erfurt, Alemanha. Filho de um pastor luterano apaixonado pela
natureza, cresceu entre ensinamentos cristãos e excursões à mata para observar e coletar plantas.
O avô materno, Johann Trommsdorff, é considerado o pai da ciência farmacêutica na Alemanha. Na farmácia dele, em Erfurt, Fritz conviveu com todo tipo de homens interessados no que hoje chamamos de ciências naturais. Lá conheceu Hermann Blumenau, por exemplo.
Depois de experimentar brevemente a farmácia como profissão, decidiu cursar Filosofia em Berlim, onde aprendeu a ser naturalista. Foi neste período, aos 24 anos de idade, que se tornaram irreconciliáveis os conflitos internos entre fé e razão. Após um estágio como professor escolar, decide estudar Medicina em Greifswald, à beira do Báltico.
Ser médico, para Fritz, significava conseguir trabalho em um navio rumo aos trópicos. Inspirado pelas viagens de famosos naturalistas da época, como Alexander von Humboldt e Charles Darwin, ele queria pesquisar plantas e animais exóticos longe da influência religiosa prussiana.
Porém, o ateísmo tornou-se convicção política tão profunda que ele teve de rever os planos outra vez. Em 1849, recusou-se a participar da cerimônia de formatura que incluía um juramento a Deus. No ano anterior, envolvera-se na frustrada revolução que sacudiu a Europa. Ficou sem diploma, sem carreira profissional e afastou-se da família.
Emigrar tornou-se opção mais do que atraente para alguém isolado. Em 1852, acompanhado da esposa, Karoline Töllner, da filha Anna ainda bebê e do irmão August, Fritz Müller embarcou para o Brasil. Ele tinha 30 anos de idade. Foram dois meses de viagem até São Francisco do Sul, onde aportaram em julho.
Johann Friedrich Theodor Müller nasceu em 31 de março de 1822 na vila prussiana de Windischholzhausen, hoje distrito de Erfurt, Alemanha. Filho de um pastor luterano apaixonado pela
natureza, cresceu entre ensinamentos cristãos e excursões à mata para observar e coletar plantas.
O avô materno, Johann Trommsdorff, é considerado o pai da ciência farmacêutica na Alemanha. Na farmácia dele, em Erfurt, Fritz conviveu com todo tipo de homens interessados no que hoje chamamos de ciências naturais. Lá conheceu Hermann Blumenau, por exemplo.
Depois de experimentar brevemente a farmácia como profissão, decidiu cursar Filosofia em Berlim, onde aprendeu a ser naturalista. Foi neste período, aos 24 anos de idade, que se tornaram irreconciliáveis os conflitos internos entre fé e razão. Após um estágio como professor escolar, decide estudar Medicina em Greifswald, à beira do Báltico.
Ser médico, para Fritz, significava conseguir trabalho em um navio rumo aos trópicos. Inspirado pelas viagens de famosos naturalistas da época, como Alexander von Humboldt e Charles Darwin, ele queria pesquisar plantas e animais exóticos longe da influência religiosa prussiana.
Porém, o ateísmo tornou-se convicção política tão profunda que ele teve de rever os planos outra vez. Em 1849, recusou-se a participar da cerimônia de formatura que incluía um juramento a Deus. No ano anterior, envolvera-se na frustrada revolução que sacudiu a Europa. Ficou sem diploma, sem carreira profissional e afastou-se da família.
Emigrar tornou-se opção mais do que atraente para alguém isolado. Em 1852, acompanhado da esposa, Karoline Töllner, da filha Anna ainda bebê e do irmão August, Fritz Müller embarcou para o Brasil. Ele tinha 30 anos de idade. Foram dois meses de viagem até São Francisco do Sul, onde aportaram em julho.
Naturalista percorreu centenas de quilômetros do território catarinense a pé, quase sempre descalço, pesquisando fauna e flora. Confira no mapa abaixo os feitos dele nas cidades por onde passou:
*Clique nos pontos para saber o que ele fez em cada local
Naturalista percorreu centenas de quilômetros do território catarinense a pé, quase sempre descalço, pesquisando fauna e flora. Confira no mapa abaixo os feitos dele nas cidades por onde passou:
*Clique nos pontos para saber o que ele fez em cada local
Em 1880, o Rio Itajaí-Açu subiu até
17,1 metros em Blumenau, o maior nível de uma enchente em toda a história. A colônia foi varrida pelas águas, praticamente nenhuma propriedade ficou imune. Nem a residência da família Müller, no Vorstadt.
Uma comissão formou-se para administrar as verbas governamentais necessárias à reconstrução. Fritz tomou parte, mas logo renunciou ao posto, descontente com o mau uso dos recursos. A partir do ano seguinte, o assunto ganhou as páginas do Blumenauer Zeitung, primeiro jornal da cidade. Os debates acalorados inauguraram um período de participação política do naturalista.
Na transição do Império para a República, Fritz aliou-se aos federalistas, que eram minoria na Blumenau predominantemente republicana. Quando o governador Lauro Müller renunciou e, em 1892, um governo interventor dissolveu as intendências municipais, o naturalista foi nomeado presidente do conselho da intendência.
É por isso que a foto de Fritz Müller consta da galeria de ex-prefeitos da cidade. Foram 27 dias de mandato, oficialmente. Os motivos da renúncia até hoje não estão muito claros.
— Foi um período muito curto, o que ele fez não se percebe em termos de ações. Lendo as atas, percebe-se que ele não tinha aquela força política — comenta a diretora do Arquivo Histórico de Blumenau,
Sueli Petry.
No mesmo ano, uma consolação de peso chegou pelo correio. Um enorme álbum, com as assinaturas de 115 cientistas, em comemoração ao aniversário de 70 anos. Hoje, o livro está em um arquivo na Alemanha.
Mas em 1891 a militância cobraria um preço alto. Fritz terminaria preso pelos vizinhos republicanos e ameaçado de fuzilamento por socorrer soldados federalistas feridos a bala após uma tentativa de invasão a Blumenau, durante a guerra civil que tomou o Sul do país.
“Fomos encarcerados por dias, ameaçados de fuzilamento. O motivo, provavelmente ninguém daqueles que gritavam pelo nosso sangue vai saber dizer”, queixou-se.
Libertado, Fritz amargurou-se. A decepção com a violência dos vizinhos e perdas em sequência de amigos e familiares o fizeram recolher-se. Ele continuou encontrando distração nas pesquisas, que nunca interrompeu mesmo ocupado de outras atividades.