Sobreviventes da

PÓLIO

Em um passado breve, catarinenses foram atacadas pelo vírus da pólio que, quando não mortal, interrompeu a trajetória da infância sadia e deixou sequelas. Quase três décadas depois da erradicação, SC convive com baixo índice de vacinação contra a poliomielite. Conheça abaixo a história de catarinenses que são considerados como sobreviventes da pólio.

Clique nas fotos para conhecer os sobreviventes da pólio

Carla Pedroso, aposentada

João Osvaldo Amarante, radialista

Carmen Lúcia Ransolin, professora

Carla é enfática sobre a importância da vacinação: “Olhem para mim. sou exemplo do que a doença faz com uma criança”

O ferro e a gotinha

A chuva fez demorar a viagem naquela manhã, 2 de junho. Deixamos Florianópolis, no Litoral, e fomos até Campos Novos, no Vale do Contestado. Não para tratar do conflito histórico que entre 1912 e 1916 sacudiu a região, mas para falar de uma outra guerra, a qual igualmente deixou consequências profundas, doloridas, irreversíveis. Entre as décadas de 1950 e 1980, seguindo uma tendência mundial, famílias catarinenses conviveram com o medo de um vírus sorrateiro – o da pólio -, capaz de fazer uma criança deitar febril e acordar paralisada. Se não mortal, sem cura.
Mais ou menos assim é a história de Carla Edita Pedroso, 52 anos, funcionária pública aposentada por invalidez. Sobrevivente da pólio, ela conta o quanto a vida dela foi atravessada pela doença, que graças à vacinação gratuita é considerada erradicada no país desde 1994.
– Minha mãe contou que naquela época não tinha vacina pelo SUS. Nosso pai foi até Florianópolis comprar, pois só existia no sistema particular e nas capitais. Mas eu já estava com o vírus, e quando ele voltou não deu mais tempo. Perdi o movimento dos joelhos para baixo. Dos noves meses aos cinco anos, foram 12 cirurgias. Só comecei a caminhar com quatro anos, com aqueles aparelhos de ferro. Até os 13 anos precisei usar bota ortopédica. Hoje, só ando com muletas – conta Carla.
Ela reconhece que a família se esforçou para dar-lhe conforto e qualidade de vida. Mesmo assim, precisou aprender a conviver com as limitações.
– Eu diria que o meu entorno não fazia uma exclusão proposital, mas havia dificuldades: não podia correr nas brincadeiras, dançar nas festas de São João ou nos bailes infantis de Carnaval, desfilar no Sete de Setembro. Lembro dos aniversários em que tinha que ficar sentada, enquanto meus amiguinhos corriam. Foi bastante limitação, mas acabei tendo que me adaptar – explica.
Apesar da fisioterapia constante, Carla sente dores que a impedem de atividades comuns:
– Como consequência da pólio, desenvolvi lordose e escoliose (problemas na coluna). Também já caí algumas vezes, quando quebrei pernas e pés. Existem coisas muito simples que não posso fazer, como varrer ou passar um pano na casa, pois se fizer vai doer as costas e exigir mais medicamentos – explica.
Carla é de uma geração em que não havia vacina contra a pólio disponível para todas as crianças. Com o passar do tempo, ela viu Santa Catarina se consolidar como referência nacional pela alta cobertura vacinal. As taxas atingiam 95%. Agora, ela testemunha uma queda crescente: em 2021, a cobertura da pólio ficou em 77% no Estado. O cenário não é bom, e acende o sinal de alerta a partir do registro recente do primeiro caso de poliomielite selvagem em três décadas no Malawi e o surto vacinal em Israel.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus da pólio circula no Afeganistão e Paquistão. Em maio deste ano, também surgiu um caso de surto em Moçambique. As autoridades na área de saúde alertam: enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os cantos correm risco de contrair a pólio.
– A vacina está ali no posto de saúde, de graça, é uma gotinha. As pessoas precisam entender que a doença não acontece só do outro lado do mundo. Pode acontecer aqui: olhem eu aqui, sentada, sou exemplo do que a doença faz com uma criança – diz Carla.

A bola e a cadeira

O vírus maldito da pólio também galopou pelos campos de Lages. Na maior cidade da Serra Catarinense, onde atualmente a taxa de vacinação contra a pólio encontra-se na arriscada taxa de 58%, de acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive), encontrou João Osvaldo Amarante. O menino estava com dois anos e já tinha dado os primeiros passos. Movimento que Dico, como se tornou conhecido, não conseguiu fazer para receber nossa equipe na tarde fria e acinzentada de sexta-feira, 3 de junho. Dico Amarante nos aguardava na rampa de acesso à casa, em sua cadeira de rodas.
– Pode chegar – avisou com aquela voz típica de locutor de rádio.
Depois de 42 anos como comunicador, afastou-se dos microfones. Mas o rádio segue como uma das grandes paixões, ponto de partida para a conversa:
– Tive um programa de geral. Dava notícia, rodava música, fazia comentários, tinha até um espaço de troca de cartas entre os ouvintes. Até casamento deu! E fui o padrinho, a testemunha do casório – brinca.
Mas brincar, no sinônimo do lúdico e do faz de conta, foi algo ceifado na infância dele.
– Com dois anos comecei a ter dificuldade para andar. Meu pé estava torto e eu caía muito. Era reflexo da doença. O sonho de jogar de futebol ficou para trás – conta.
Dico nasceu antes de o Brasil adotar, em 1960, a vacina oral do pesquisador Albert Sabin (1906-1993) contra a pólio. Uma época em que não havia muito informação acerca da doença:
– A gente sabia pouco, muito pouco sobre a doença, só aquilo que os médicos diziam. Também existia muito preconceito e não havia a acessibilidade de hoje. Lembro de estudar em um colégio e a sala de aula ser no 3º andar. Normalmente, eu tinha que chegar meia hora antes para poder subir os degraus das escadas.
Dico é casado e conta que os filhos sempre foram vacinados:
– Não é pelo que aconteceu comigo, mas pelo que poderia ter acontecido a eles.
Aos 34 anos, Dico começou a perder os movimentos dos membros e por isso a necessidade de usar cadeira de rodas, o que lhe garante certa autonomia:
– Eu tive atrofia muscular progressiva. Pode ser ou não consequência da pólio. A cadeira me possibilitou continuar trabalhando em rádio, viajar. Dentro de casa, posso me locomover sem depender de ninguém, assim como andar pelo centro da cidade.
Como um bom comunicador, Dico não perdeu a oportunidade: disse que prefere entrevistar a ser entrevistado. Mas, generoso que é, sabia da importância do depoimento. No final da entrevista, quisemos repetir com ele a mesma cena da foto feita com Carla Edita Pedroso, lá em Campos Novos. Parecia coisa simples: ele sentado segurando o retratinho de quando tinha dois anos:
– Só se você colocar no meu colo: por causa da atrofia, minhas mãos não conseguem segurar mais nada, nem papel – disse ele.
O registro foi feito: o cadeirante de 64 anos e o menino de dois com a bota ortopédica. Despedi-me com um abraço leve, daqueles onde a gente mal encosta com medo de machucar o outro.
– Mais forte, mais forte – pediu Dico.
Atendi ao pedido. Atrás de mim, o portão se fechou. À frente, outra cena se abriu. Meninos jogando bola num terreno próximo. Lembrei-me do sonho de Dico, à época, interrompido pela pólio.

Por causa da atrofia, uma das sequelas da poliomielite, Dico tem dificuldades para segurar objetos com as mãos
Carmen mostra uma das fotos antigas, do período da infância, ao lado dos colegas na escola

O choro e o sonho

Na manhã seguinte, 4 de junho, fomos ao encontro de mais uma sobrevivente da pólio. Nascida em Curitibanos, Carmen Lúcia Ransolin, 50 anos, nos esperava olhando pela janela do apartamento térreo onde mora, em Lages. Já no começo da conversa, ela antecipa que provavelmente irá chorar durante a entrevista. Explica que os pais fazem um tratamento médico delicado e que nos últimos tempos tem se emocionado com facilidade:
– Não se preocupem se isso acontecer, pois eu sempre fui chorona.
Foi pelo choro excessivo, aos três meses de vida, que a família entendeu que havia algo estranho com a bebê que parecia ter nascido saudável.
– Chorava dia e noite. Eu não tinha movimento de braços, de pernas, de cabeça. Minha mãe conta que me pegava no colo, mas eu caí toda. Hoje, a gente sabe o motivo do choro: era dor.
Como tantos outros que tiveram diagnóstico da pólio, Carmen buscou conhecer o impacto no próprio corpo. Explica sobre a febre alta, que o vírus se aloca nos músculos, provocando inchaço e sequelas:
– Como se fossem um elástico velho, daqueles que a gente usa muito, os músculos perdem a elasticidade, fator que, quando saudáveis, nos faz controlar joelho, quadril. Por isso, que a gente fica com a perna mole – compara ela.
O caso de Carmen se encaixou em uma categoria especial: ela já estava com a doença quando os pais conseguiram levá-la a Curitiba. Porém, a vacina era em caráter experimental. Por causa disso, os pais tiveram que assinar um documento se responsabilizando, já que tudo poderia acontecer, inclusive, o óbito. A menina resistiu, mas iniciava-se um processo extenuante. Por cinco anos, uma vez por semana, a mãe trazia Carmen de ônibus, de Curitibanos, para submeter-se a sessões de fisioterapia em Florianópolis. Hoje, com estrada asfaltada, uma distância de 315 quilômetros e cinco horas de viagem.
– Aos cinco anos, finalmente pude utilizar o recurso do aparelho ortopédico, formado por uma bota ortopédica e a parte de ferro: joelheira, panturrilha, coxa. A gente dizia que a coxa era abraçada, terminando na cintura.
O aparelho foi fundamental na vida de quem mais tarde se tornaria uma pedagoga especialista em Gestão Pública e Educação Especial Inclusiva.
– Com seis anos eu estava pronta para frequentar a primeira série. O aparelho me deu autonomia: digo que a preparação foi como vestir uma roupa.
Carmen diz ter encontrado um ambiente favorável na escola. Recorda da ajuda dos professores e colegas, os quais ajudavam a puxar a cadeira ou a muleta que a auxiliava e mostra fotografias onde nos desfiles cívicos vinha à frente do pelotão de alunos. Mas recorda de um desejo sobre algo simples quando se é estudante:
– Um dos meus sonhos, um desejo profundo, era fazer como os meus colegas: chegar no final da aula e ir com eles, em turma, pela rua. Eu tinha que ficar
esperando a minha mãe. Ainda assim, conta, algumas vezes ela se aventurou, e foi surpreendida no meio do caminho.
– Quando isso acontecia, era uma alegria. Para mim, uma das primeiras vitórias da vida, um grito de liberdade. A gente fica até emocionada – diz.
Carmen cumpre com o anunciado no começo da entrevista: chora diante de nossa câmera.

Poliomielite, uma doença para o resto da vida

A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença altamente infecciosa e afeta principalmente crianças menores de cinco anos de idade.

A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Os sintomas mais frequentes são febres, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores.

Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.

As sequelas estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente são motoras e não têm cura. São tratadas através de fisioterapia e pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações. As principais são: problemas e dores nas articulações; pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar; atrofia muscular.

Embora ocorra com maior frequência em crianças, a pólio pode ocorrer também em adultos que não foram imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como lavar sempre bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos e beber água tratada.

A vacina contra a poliomielite segue indicada para todas as crianças brasileiras num esquema de cinco doses. As três primeiras são feitas com o imunizante injetável e devem ser aplicadas aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida. Depois, os dois reforços (geralmente feitos com as gotinhas) são dados entre os 15 e os 18 meses e aos 5 anos de idade.

Fonte: Fundação Oswaldo Cruz

Fonte: Organização Pan-americana da Saúde

Notícias falsas e movimento antivacina deixam crianças vulneráveis

Números mostram que as taxas de vacinação contra a pólio estão caindo em Santa Catarina. Estado que há décadas se tornou referência nacional, convive hoje com índices preocupantes em se tratando doenças consideradas erradicadas. Em 2021, a taxa de cobertura vacinal da poliomielite ficou em 77%. Muito abaixo dos 95% pressupostos pela OMS.
São vários os fatores que podem estar contribuindo, como as notícias falsas nas redes sociais e a ação de grupos antivacina. Mas também o próprio sucesso da imunização que faz com que não seja comum novos diagnósticos.
– Devido às ações de imunização, não vemos mais tantas doenças circulando e isso pode causar uma falsa sensação de segurança nas pessoas – diz a enfermeira Arieli Fialho, gerente de Doenças Infecciosas Agudas e Imunização da Dive-SC.
Outro fator citado pela enfermeira é a circulação de notícias falsas, o que é facilitado por meio das redes sociais. As chamadas fake news circulam com muita velocidade e nem todas as pessoas procuram fonte de informação oficial para checar se trata-se de um conteúdo verdadeiro ou não.
– Vinculado a isso, temos o movimento antivacina, que tem contribuído fortemente com a disseminação de informações inverídicas – alerta a gerente de imunização da Dive-SC.
Também é necessário pensar que a doença não é um evento puramente biológico, mas diretamente inserida nos contextos políticos, econômicos, culturais e sociais. Isso faz com que outros fatores possam implicar nesta realidade desafiadora em SC. As rotinas das famílias mudaram e em alguns casos os horários de funcionamento das unidades de saúde são incompatíveis com quem tem criança para vacinar. Além disso, a partir de 2020 tivemos a pandemia do coronavírus e muitas pessoas deixaram de procurar as salas de vacina.
Um sistema de informação inconsistente também pode ser incluído como fator que contribui para a queda na vacinação. É o que diz Gisele Barreto, enfermeira responsável técnica da vigilância da PFA/pólio na Dive-SC. Ela lembra que a poliomielite é uma doença viral aguda que causa paralisia flácida e permanente. Existem outras doenças que também causam paralisia flácida aguda (PFA), porém, sem deixar sequelas permanentes, e tratam-se de doenças de notificação compulsória em menores de 15 anos, as quais servem como sentinelas (sinalizadores) para identificar a reintrodução do poliovírus.
A enfermeira faz outro alerta:
– A maior dificuldade hoje é de sensibilizar os profissionais de saúde de que qualquer PFA em menores de 15 anos deve ser notificada. Isso dever ser feito independente da hipótese diagnóstica, pois o principal objetivo é identificar se existe vírus circulando ou não – aponta.
Para Gisele, o fato de há muitos anos não termos pólio no Estado (o último caso foi registrado em 1989 e as últimas três mortes ocorreram em 1987) faz com que os profissionais pensem que não existe mais a possibilidade de circulação viral e ou importação do vírus, e acabam não notificando.

Difteria, tétano, coqueluche e tuberculose ameaçam

Ao longo da última década, a cobertura vacinal tem caído para os quatro imunizantes que inauguraram o calendário básico no Brasil, no ano de 1977. O alerta, divulgado em 9 de junho – Dia Nacional de Imunização –, foi feito pelo Observatório de Saúde na Infância. Os dados levantados pela iniciativa apontam que as primeiras vacinas infantis do Programa Nacional de Imunização (PNI) chegam a cada vez menos crianças brasileiras.
Além da poliomielite e do sarampo, que já foram erradicadas do Brasil, difteria, tétano, coqueluche e formas graves de tuberculose, que também podem ser evitadas por vacinas, voltam a ameaçar.
Para se ter uma ideia da gravidade, a última vez que o país alcançou a meta de 90% de bebês menores de um ano vacinados com a BCG foi em 2018, alertou a pesquisadora Patrícia Boccolini, coordenadora do Observa Infância e responsável pelo Vax*Sim, estudo que monitora e analisa a cobertura vacinal das crianças brasileiras.
Para a vacina contra a poliomielite, a queda começou antes. Desde 2016, o Brasil não atinge a meta de 95% das crianças menores de um ano vacinadas contra a doença.
– Em 2021, a cobertura vacinal contra a poliomielite foi a menor dos últimos 25 anos: somente 75% da população-alvo recebeu o imunizante – confirma Patrícia, colaboradora do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
Enquanto isso, a cobertura da DTP, vacina tríplice bacteriana que protege contra difteria, tétano e coqueluche, foi de apenas 75%. A DTP é considerada um indicador de acesso a serviços de saúde, uma vez que é uma das primeiras vacinas aplicadas fora da maternidade, por volta dos dois meses de idade.
Em 2019, o Brasil perdeu o Certificado de País Livre do Sarampo, concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em 2016. A última vez que o país atingiu a meta de 95% das crianças menores de um ano completamente vacinadas contra o sarampo foi em 2012. Em 2021, pouco mais da metade das crianças que deveriam ser imunizadas contra o sarampo retornaram aos postos de saúde para completar o esquema vacinal.
Entre 2018 e 2021, 26 crianças de até cinco anos morreram de sarampo no Brasil. De 2000 a 2017, o país registrou uma morte pela doença, em 2013.

Veja a evolução da cobertura vacinal contra a pólio de crianças menores de um ano (em porcentagem)

Clique nos anos abaixo para conhecer os detalhes da história da poliomielite

expediente

reportagem

Ângela Bastos

imagens

Patrick Rodrigues

Edição de vídeo

Tiago Ghizoni

design

Ciliane Pereira

edição

Everton Siemann
Carolina Marasco
Publicado em 02/07/2022