Como morre
uma escola

Como nasce
uma escola

Dois momentos da Escola Monsenhor Scarzello, em Joinville, Santa Catarina. Primeiro, em 2017, depredada após cinco anos paralisada pelo Estado. Depois, em dezembro de 2019, renasceu com mesmo nome focada em educação infantil, séries iniciais e já é referência no ensino de Libras (Fotos: Léo Munhoz e Diorgenes Pandini)

Nem toda escola pública brasileira teve uma segunda chance como a Monsenhor Scarzello, de Joinville, Santa Catarina, retratada em dois momentos acima. Ela fez parte de uma crescente estatística do Brasil, que entre 2007 e 2021 desativou mais de 112 mil instituições públicas e privadas de educação básica, inclusive durante a pandemia de Covid-19. A reportagem se debruçou nos últimos quatro anos sobre mais de 100 gigabytes de dados do Censo Escolar, percorreu três Estados, ouviu dezenas de especialistas e acompanhou histórias de alunos e professores impactados pelas desativações. Nem mesmo a pandemia interrompeu o ciclo de fechamentos. A queda na taxa de nascimentos, que por consequência impacta na abertura de matrículas, além de migração, estruturas precárias e necessidade de investir no ensino em tempo integral têm sido argumentos de governos para encerrar unidades como forma de adequar custos. O processo, no entanto, é delicado. Levantamento da reportagem identificou que em alguns casos houve sequelas, e a ruptura forçou alunos a abandonar ou protelar os estudos, agravando o problema crônico da evasão escolar. Além disso, o acompanhamento de alunos afetados após a extinção de uma unidade não é prática adotada com clareza em todos os Estados. Especialistas dizem, no entanto, que a redução de unidades ativas no país é irreversível, mas a situação abre uma janela de oportunidade para melhorar a qualidade da educação sem aumentar os gastos públicos.

POR CRISTIAN EDEL WEISS

A taxa de fechamento de escolas no Brasil é de aproximadamente uma a cada 1h10min. Nesse ritmo, uma nova unidade pública ou privada tende a ser desativada em

Em compensação, é preciso o dobro do tempo para que uma unidade de educação básica seja inaugurada no país. Assim, para surgir uma nova escola é necessário esperar

Um aluno de escola pública, que acabou de fechar, chega a ter

mais chances de abandonar os estudos no ano seguinte do que estudantes não afetados por fechamentos

Confira esta história em três capítulos

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escolas fechadas e desativadas no Brasil pelos governos

O motivo: Por que escolas fecharam no Brasil

As razões por trás da redução de unidades de educação básica no país, o flagrante de um colégio que recebe a notícia do encerramento e as cicatrizes para os que ficaram órfãos de parte da própria história. Navegue nos dados e veja quantas escolas fecharam ou abriram na sua cidade

Os efeitos: alunos desistem; prédios são abandonados

Levantamento da reportagem revela que a desistência entre alunos de escola recém desativada é maior do que entre indivíduos não afetados pela medida. Veja o que aconteceu com os alunos nas escolas que fecharam na sua cidade.

escolas fechadas e desativadas no Brasil pelos governos
escolas fechadas e desativadas no Brasil pelos governos

As oportunidades: uma janela para melhorar a educação

Municípios que tiveram maiores saltos no Ideb reduziram unidades de ensino fundamental. Por que a queda no número de matrículas é a chance para revolucionar o ensino no Brasil, segundo especialistas. As boas práticas que já colhem resultados e inspiram novos modelos no país e o que a pandemia pode ensinar

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Os personagens desta reportagem foram entrevistados antes da pandemia,
por isso não usam máscara. As entrevistas e imagens in loco foram realizadas em diversos momentos entre 2017 e 2020

quem fez

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Reportagem e análise de dados
Cristian Edel Weiss

Imagens
Diorgenes Pandini e Leo Munhoz

Edição de imagens e vídeos
Thiago Ghizoni e João Victor Rocha

Edição
Raquel Vieira

Desenvolvimento
Tayná Gonçalves, Bruno Scheibler


Colaboração
Mayara Vieira e NSC TV

 

Design e visualização de dados
Tayná Gonçalves, Maiara Santos e Ângela Prestes

 

Gerente de Conteúdo Digital
Fabricio Vitorino

Mentoria
Niko Kommenda, jornalista visual do jornal The Guardian, Inglaterra, como parte do programa Dataship, de apoio ao jornalismo de dados em países em desenvolvimento, organizado pela Deutsche Welle Akademie, da Alemanha


Apoio
NSC Lab e TV Bahia