santa catarina
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Nos botões abaixo, entenda mais sobre cada fenômeno que atinge Santa Catarina e o impacto de cada um deles e por que eles ocorrem no nosso Estado
Imagine um lugar que tenha estações bem definidas. No verão, calor de 44°C. No inverno, -10°C e neve. Junte a esse cenário dias de muita chuva, a ponto de transbordar rios, inundando casas. Ou então temporais capazes de arrastar imóveis inteiros durante uma enxurrada. Porém, nesse mesmo local às vezes a água que cai do céu dá tanta trégua que configura estiagem – e prejuízos bilionários para agricultores. Ciclones, granizo, tornados e até furacão completam o enredo de uma história que não é ficção. É a realidade de quem vive em Santa Catarina.
Quando situações como essa acontecem, vem sempre a pergunta: por que aqui? O que faz o Estado ser atingido constantemente por esses eventos climáticos extremos?
Especialistas apontam algumas questões que, juntas, dão a resposta. Primeiro, Santa Catarina está geograficamente em um ponto favorável para essas intempéries. Segundo, as mudanças climáticas intensificam todas essas ocorrências. Terceiro, com o passar dos anos os registros e estudos desses fenômenos foram aperfeiçoados, ganhando mais espaço, o que aumentou o conhecimento sobre eles. Ao mesmo tempo, as áreas urbanas estão mais desenvolvidas, o que reflete em estragos maiores.
Luiz Armando Schroeder, secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, comenta sobre os números que envolvem fenômenos e prevenção a desastres em SC
Uma coisa é certa: a cada ano os “extremos” do clima ficam mais frequentes em terras catarinenses. Isso coloca Santa Catarina entre os primeiros lugares do país quando se observa a quantidade de desastres e o tamanho do prejuízo deles, diz o secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Luiz Armando Schroeder.
No ano passado, exemplifica, foram 874 casos. É como se todos os dias pouco mais de dois fenômenos fossem registrados em algum município. Juntos, eles resultaram em 13 mortes, afetaram 25% da população e causaram cerca de R$ 3,5 bilhões em prejuízos.
A enxurrada é o evento mais comum em Santa Catarina, mostra o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil. Além disso, o fenômeno tem sido mais frequente. Para se ter uma ideia, entre 1991 e 2000 foram 235 registros. Na década seguinte, 573. Entre 2011 e 2019, 947. E a tendência é que não haja melhoras nesses números, diz o meteorologista do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Mário Quadro.
— Tem mudado a elevação da temperatura do planeta. Isso faz com que aumente a instabilidade da atmosfera, o que reflete em chuvas mais intensas, em fenômenos mais frequentes e severos — explica o meteorologista ao falar dos impactos das mudanças climáticas.
Conforme a meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Ciram), Maria Laura Rodrigues, os estudos e dados dos últimos anos mostram, ainda, que os fenômenos climáticos em SC estão mais frequentes e intensos.
Ou seja, o aquecimento global piora uma condição que sempre existiu em Santa Catarina. A região está localizada geograficamente onde se chocam as massas de ar quente e frio. A primeira vem da região tropical (Norte) e a segunda, da região polar (Sul). Isso por si só é o início para vários eventos extremos.
Imagine um lugar que tenha estações bem definidas. No verão, calor de 44°C. No inverno, -10°C e neve. Junte a esse cenário dias de muita chuva, a ponto de transbordar rios, inundando casas. Ou então temporais capazes de arrastar imóveis inteiros durante uma enxurrada. Porém, nesse mesmo local às vezes a água que cai do céu dá tanta trégua que configura estiagem – e prejuízos bilionários para agricultores. Ciclones, granizo, tornados e até furacão completam o enredo de uma história que não é ficção. É a realidade de quem vive em Santa Catarina.
Quando situações como essa acontecem, vem sempre a pergunta: por que aqui? O que faz o Estado ser atingido constantemente por esses eventos climáticos extremos?
Especialistas apontam algumas questões que, juntas, dão a resposta. Primeiro, Santa Catarina está geograficamente em um ponto favorável para essas intempéries. Segundo, as mudanças climáticas intensificam todas essas ocorrências. Terceiro, com o passar dos anos os registros e estudos desses fenômenos foram aperfeiçoados, ganhando mais espaço, o que aumentou o conhecimento sobre eles. Ao mesmo tempo, as áreas urbanas estão mais desenvolvidas, o que reflete em estragos maiores.
Luiz Armando Schroeder, secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, comenta sobre os números que envolvem fenômenos e prevenção a desastres em SC
Uma coisa é certa: a cada ano os “extremos” do clima ficam mais frequentes em terras catarinenses. Isso coloca Santa Catarina entre os primeiros lugares do país quando se observa a quantidade de desastres e o tamanho do prejuízo deles, diz o secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Luiz Armando Schroeder.
No ano passado, exemplifica, foram 874 casos. É como se todos os dias pouco mais de dois fenômenos fossem registrados em algum município. Juntos, eles resultaram em 13 mortes, afetaram 25% da população e causaram cerca de R$ 3,5 bilhões em prejuízos.
A enxurrada é o evento mais comum em Santa Catarina, mostra o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil. Além disso, o fenômeno tem sido mais frequente. Para se ter uma ideia, entre 1991 e 2000 foram 235 registros. Na década seguinte, 573. Entre 2011 e 2019, 947. E a tendência é que não haja melhoras nesses números, diz o meteorologista do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Mário Quadro.
— Tem mudado a elevação da temperatura do planeta. Isso faz com que aumente a instabilidade da atmosfera, o que reflete em chuvas mais intensas, em fenômenos mais frequentes e severos — explica o meteorologista ao falar dos impactos das mudanças climáticas.
Conforme a meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Ciram), Maria Laura Rodrigues, os estudos e dados dos últimos anos mostram, ainda, que os fenômenos climáticos em SC estão mais frequentes e intensos.
Ou seja, o aquecimento global piora uma condição que sempre existiu em Santa Catarina. A região está localizada geograficamente onde se chocam as massas de ar quente e frio. A primeira vem da região tropical (Norte) e a segunda, da região polar (Sul). Isso por si só é o início para vários eventos extremos.
Os meteorologistas são unânimes quando questionados sobre o que pode ser feito em relação a essa realidade catarinense:
— Praticamente nada. Temos que nos adaptar, esse é nosso “novo normal”. Temos que conviver com isso e tentar não piorar — resume Mário Quadro.
O “tentar não piorar” engloba uma lista de orientações como controlar moradias irregulares, reflorestar, cuidar das nascentes, diminuir a poluição, capacitar profissionais, investir em infraestrutura e, principalmente, conscientizar toda a população, pontua o doutor em Meteorologia Reinaldo Haas.
— Precisa de uma alteração de mentalidade, de investimento. Isso tudo é só o começo de um processo global previsto pelas mudanças climáticas.
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e por que eles ocorrem no nosso Estado
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Expediente
Reportagem: Bianca Bertoli
Imagens: Patrick Rodrigues, Tiago Ghizoni, Ulisses Job, Daniel Conzi, Diorgenes Pandini, Artur Moser, Gabriel Lain, Juliano Zanotelli, Guto Kuerten, Alvarelio Kurossu, Sandro Scheuermann, Jandyr Nascimento, Adelor Schuster, Diego Redel, Sirli Freitas, Leo Munhoz, Jessé Giotti, Max José Koche, Marcia Zenf, Ricardo Duarte, Claudio Silva
Design e desenvolvimento: Ciliane Pereira
Pesquisa e infografia: Ben Ami Scopinho
Edição: Augusto Ittner